O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues Gomes, e o presidente da Federação Baiana de Futebol, Ricardo Nonato Macedo de Lima, estão enfrentando sérias acusações de conduta inadequada. A denúncia foi apresentada à Comissão de Ética do Futebol Brasileiro pelo vereador carioca Marcos Dias Pereira, que lidera a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
O documento, com mais de 30 páginas, baseia-se em investigações da revista Piauí, do portal PlatôBR e do site LeoDias, além de denúncias anônimas recebidas pelo parlamentar. De acordo com a denúncia, Ednaldo Rodrigues teria usado recursos da CBF para cobrir gastos pessoais e familiares, como hospedagens em hotéis de luxo, passagens aéreas e até serviços de salão de beleza, beneficiando sua esposa, filha, netos, genro, sogra e outros parentes próximos.
Além disso, há suspeitas de favorecimento financeiro direto a Ricardo Lima, concunhado de Ednaldo e ocupante de cargo de confiança na CBF. A denúncia mostra que a remuneração de Lima aumentou significativamente, passando de R$ 20 mil por mês em 2021 para R$ 488 mil em fevereiro de 2024, totalizando mais de R$ 3,6 milhões naquele ano. Parte desses pagamentos consta nas registros financeiros da CBF como “pagamentos autônomos”, sem uma justificativa clara.
O vereador destaca que tais práticas representam uso inapropriado do cargo, gestão temerária, conflito de interesses, desigualdade entre federações e falta de transparência. Os pedidos feitos à Comissão de Ética incluem o afastamento temporário de Ednaldo e Ricardo Lima, suspensão de pagamentos, investigação independente, auditoria externa e eventual reembolso de valores considerados indevidos.
Embora a CBF tenha negado irregularidades em respostas anteriores às reportagens mencionadas, a denúncia argumenta que tais declarações foram evasivas e não abordaram os pontos específicos levantados.
O documento ressalta a importância de tomar medidas imediatas no âmbito ético diante da gravidade dos fatos, conforme a versão de 2017 do Código de Ética do Futebol Brasileiro e a Lei Geral do Esporte, sem buscar responsabilização criminal, que é de competência da Justiça comum.
Até o momento, a Comissão de Ética da CBF não emitiu uma declaração oficial sobre a recepção ou andamento da denúncia.