O mundo do futebol sempre foi caracterizado por grandes conquistas, jogadores lendários e premiações emblemáticas que celebravam a excelência dentro e fora das quatro linhas. No entanto, existem prêmios do futebol que, embora já extintos, continuam despertando a curiosidade de torcedores e historiadores do esporte, revelando memórias importantes da história do futebol mundial.
Neste artigo, iremos explorar as narrativas por trás de prêmios icônicos que já não existem mais, os motivos que levaram à sua descontinuidade e o impacto que tiveram, e ainda têm, na cultura futebolística. Conhecer essas premiações esquecidas nos permite compreender as mudanças que o esporte sofreu ao longo do tempo.
Alguns dos primeiros prêmios extintos do futebol remontam às décadas iniciais do século XX, período em que o esporte ainda dava seus primeiros passos como um fenômeno global. Por exemplo, o 'Challenge Cup' foi um torneio premiado oficialmente entre clubes do Império Austro-Húngaro, desaparecendo após a Primeira Guerra Mundial.
Outro caso é a 'Copa Lipton', disputada entre as seleções da Argentina e Uruguai, cujo troféu era oferecido por um magnata do chá. Esses prêmios foram perdendo relevância à medida que as instituições continentais avançavam e passaram a organizar competições mais abrangentes e duradouras.
A extinção de muitos prêmios do futebol se deu por diversos motivos. Mudanças institucionais, como a criação de novas entidades esportivas, frequentemente tornavam certas premiações obsoletas. Outras foram descontinuadas por questões econômicas ou pela falta de interesse do público e da mídia.
Em certos casos, fusões entre prêmios também contribuíram para o desaparecimento de distinções independentes. Por exemplo, o prêmio da revista inglesa World Soccer perdeu espaço com a consolidação do Ballon d’Or como a principal referência.
Dentre os prêmios individuais que foram extintos, um dos mais emblemáticos foi o 'Melhor Jogador do Mundo pela FIFA', concedido entre 1991 e 2009. Mesmo sendo bastante prestigiado, ele foi fundido ao Ballon d’Or em 2010, originando o FIFA Ballon d’Or, que perdurou até 2015.
Outro exemplo é o 'Onze d’Or', da revista francesa Onze Mondial, que perdeu relevância com o crescimento dos prêmios da UEFA e da FIFA. Além disso, há os prêmios regionais, como o 'Rei da América' da revista uruguaia El País, que foram perdendo importância com a globalização do futebol sul-americano.
Alguns torneios que premiavam os clubes campeões também deixaram de existir. A 'Copa Intercontinental', que consagrava o melhor clube do mundo entre a Europa e a América do Sul, foi substituída pelo atual 'Mundial de Clubes da FIFA', encerrando assim um prêmio de enorme peso simbólico.
Outros troféus, como a 'Supercopa Libertadores' e a 'Copa Conmebol', foram descontinuados para dar lugar a torneios mais lucrativos. As reestruturações nos calendários internacionais também dificultaram a manutenção dessas competições, transformando seus prêmios históricos em meras lembranças para colecionadores.
De fato, alguns prêmios extintos do futebol feminino também deixaram suas marcas na história da modalidade. Nos primórdios das competições femininas, torneios como o 'Mundialito Feminino' da década de 1980 traziam consigo troféus relevantes, mas foram gradualmente esquecidos com a oficialização da Copa do Mundo Feminina pela FIFA.
Além disso, premiações de federações locais desapareceram com a profissionalização das ligas. Prêmios regionais e de imprensa deixaram de ser concedidos à medida que os prêmios globais, como o 'The Best FIFA Women’s Player', ganharam mais destaque.
Embora extintos, muitos prêmios do futebol que já não existem mais continuam a ter relevância para a compreensão histórica do esporte. Eles nos fornecem insights sobre os contextos de suas épocas, como o futebol era estruturado e os valores que direcionavam as distinções individuais e coletivas.
Esses prêmios são importantes referências para analisar a evolução do reconhecimento no futebol, revelando como certos estilos de jogo, regiões e perfis de jogadores foram valorizados em diferentes momentos.
O desaparecimento de prêmios no futebol evidencia que o reconhecimento esportivo é resultado não apenas do desempenho em campo, mas também de processos culturais, econômicos e midiáticos. Compreender por que determinadas premiações foram substituídas ou abandonadas nos ajuda a compreender a dinâmica de poder no cenário do futebol global.
Além disso, demonstra que os prêmios não refletem apenas o mérito esportivo, mas também são influenciados por políticas editoriais, interesses comerciais e a aceitação do público.
Preservar a memória dos prêmios do futebol que caíram no esquecimento é essencial para enaltecer a rica história do esporte. Revisitar essas distinções nos permite compreender melhor a evolução do futebol e reconhecer os atletas que deixaram sua marca em contextos muitas vezes esquecidos.
Esses prêmios esquecidos são parte integrante do legado do futebol e podem servir como ponto de partida para debates sobre inclusão, visibilidade e justiça no reconhecimento esportivo a nível global.